(…) Gostaria de salientar que o conteúdo descrito acima é facilmente tido como de teor religioso por sua semelhança com as antigas práticas de Jesus Cristo e de líderes religiosos. Contudo, desejo evitar ao máximo que o Johrei seja tratado simplesmente como religião. Isto porque, nesse caso, infalivelmente seríamos vistos como supersticiosos e, até hoje, religiões falsas e supersticiosas causaram infortúnios a muitas pessoas, e as autoridades vêm adotando medidas drásticas para evitar problemas dessa ordem. Além disso, pessoas de outros credos, embora estejam sofrendo com doenças, hesitarão em receber o Johrei se neste houver o menor resquício de religião.
E ainda, se a nossa medicina espiritual – o Johrei – for considerada apenas como religião, a cura obtida poderá ser vista como tendo ocorrido devido ao auxílio da fé, isto é, da força do pensamento da própria pessoa. Na verdade, isso seria o mesmo que admitir a ineficácia do seu poder de cura. É inegável que, até certo ponto, isso também ocorre na medicina. Por exemplo, um paciente em vias de receber um tratamento, quando está diante de um médico renomado, de um grande especialista, de um professor universitário, de um diretor de hospital, ou ainda, de um médico que cuide de pessoas da alta sociedade, naturalmente sente admiração por esse profissional e confia nele. É claro que esse sentimento influencia positivamente o resultado do tratamento. Neste caso, podemos dizer que existe um ponto em comum entre a fé em relação à religião e esse sentimento em relação aos médicos.
Todavia, o Johrei dispensa o auxílio da fé descrito acima. Dessa forma, não só inexiste a necessidade de apresentá-lo como religião, mas também, se assim eu o fizesse, reuniria muitos inconvenientes como os que citei. Assim, reconheço-o como ciência e, como tal, o lançarei ao mundo. Minha expectativa é que essa medicina espiritual criada por um japonês se torne universal, como uma ciência de vanguarda, isto é, uma ciência do futuro.
23 de Outubro de 1943
Alicerce do Paraíso vol. 1