Como todos sabem, desde os tempos antigos, o ser humano costuma resignar-se a tudo – seja a uma situação boa ou ruim – atribuindo o desenrolar dos acontecimentos ao destino, definindo-o como “algo que não pode ser mudado”. Todavia, eu desejo ensinar que todos podem mudá-lo livremente; em outras palavras, originariamente, o destino foi criado de tal forma que a própria pessoa possa transformá-lo. A compreensão deste fato nos leva não só a abandonar a visão pessimista do mundo, mas a encarar este de maneira extremamente otimista.
Nem é preciso dizer que ninguém deseja ter um destino infeliz. É natural que todos almejem a boa sorte e empreendam incomensuráveis esforços, fazendo das tripas coração para isso. Apesar de a felicidade ser uma aspiração comum a todos, quantas pessoas a alcançam? Entre cem indivíduos, talvez não haja sequer um feliz. Em geral, partem para o outro mundo em meio a muitas dúvidas sobre como obtê-la. Viver assim é realmente desolador!
Conforme Buda Sakyamuni afirmou: “Tudo muda e nada é permanente.” Muito raramente alguém alcança a boa sorte de fato. Diante disso até surgem pessoas que se mantêm firmes em busca de seus sonhos e despertam para a consciência de que o mundo é bom.
Nada seria mais maravilhoso do que um método para se alcançar verdadeiramente a boa sorte. Como ninguém conhece tal método, as pessoas acabam traçando um destino infeliz, isto é, criam para si uma prisão e vivem em sofrimento dentro dela. Na realidade, o mundo está repleto dessas pessoas dignas de compaixão.
O que é necessário, então, para o ser humano se tornar feliz? É mais do que evidente que basta semear o bem. Desde os tempos antigos, há a expressão budista: “O bem produz bons frutos e o mal, maus frutos.” A semente do mal tem origem na concepção egoísta que leva as pessoas a objectivar benefícios apenas para si e a não se importar com o sofrimento e o prejuízo que possam causar ao próximo. A semente do bem origina-se no amor altruísta de querer alegrar e favorecer o semelhante. Tudo isso parece simples, mas é muito difícil. A vida é realmente muito complexa. Afinal, como devemos proceder? Precisamos crer no princípio acima mencionado e tornar nosso espírito capaz de acatá-lo pois, assim, acabaremos praticando o bem. Para tanto, evidentemente não há outra forma a não ser seguir uma fé. Não obstante, devemos ser cautelosos, pois, mesmo em se tratando de fé, há diferenças entre elas. Obviamente, há necessidade de selecionar uma entre as muitas que existem. Modéstia à parte, a fé messiânica é a que está mais concorde com as condições que citei. Em razão disso, aconselho aos sofredores e infelizes que ingressem na nossa fé o quanto antes.
Jornal Eiko no 145, 27 de fevereiro de 1952
“Alicerce do Paraíso” vol.4