No início de 1950, eu servia na Sede Provisória de Shimizu, em Atami. Como as portas corrediças de nosso quarto estavam com os papéis rasgados em vários pontos, remendei-os com tiras de outro papel, apesar da minha pouca habilidade.
Ao ver aquilo, Meishu-Sama repreendeu-me: “Vocês são insensíveis ao amor das pessoas. Não devem fazer emendas tão mal-feitas. Certamente, há muitos papéis próprios para porta corrediça, oferecidos pelos membros com amor. Por que não os usa e faz um trabalho decente? Vocês, ao invés de valorizarem o amor dos membros, estão ignorando-o. Substitua tudo por papéis novos!”
E, ao notar que ainda havia uma porta com buracos, disse-me com uma feição severa: “É vergonhoso deixar buracos por onde até um gato pode passar.”
A seguir, ele nos orientou: “Há casas em que encontramos teias de aranhas; isto é prova de uma ausência total de sensibilidade, pois significa que essas casas são moradias de insetos. As residências devem ser limpas e conservadas em ordem.”
Realmente, colocando-me no lugar do membro que enviou o papel, se eu visse a porta toda remendada, certamente pensaria: “Por que será que não estão usando os papéis que enviei?”
Lembro-me até hoje, com gratidão, daquelas palavras que me ensinaram a pensar no amor das pessoas.
Um servidor
Reminiscências Sobre Meishu-Sama vol. 5