Por volta das duas horas da madrugada, mesmo que estivesse no meio do ditado de Ensinamentos, Meishu-Sama geralmente dizia: “Vamos encerrar por aqui” e ia deitar-se.
Um dia em que eu estivera purificando desde a manhã, pensei: “Será que a dedicação de hoje não poderia terminar mais cedo?” Justo nessa noite, mesmo sendo duas da madrugada, Meishu- Sama não parava de ditar. Como ele olhava o relógio de vez em quando, eu supunha que sabia da hora avançada e pensava: “Para Meishu-Sama, que é tão rigoroso com o horário, é algo estranho.”
Quando ele olhou o relógio pela terceira vez, é que notou que o mesmo havia parado à uma hora da manhã e perguntou: “Ah! O relógio está parado. Que horas são?” Respondi-lhe: “Quase três horas.” Ele exclamou: “Já?” e interrompeu o ditado imediatamente. Em seguida, como de costume, antes de dormir, foi verificar o aquecedor e o braseiro. Porém, por descuido, acabou virando este último. Após limpar o local, deixou cair o refresco que restava no copo. Então, me perguntou: “É estranho ficarmos até tão tarde e haver tantos contratempos. Você não notou nada de anormal?” Sem me dar conta do que estava se passando, disse-lhe: “Que eu saiba, não há nada de especial.” Então, Meishu-Sama disse- me com severidade: “Não é possível. Com certeza, deve haver alguma razão para essas coisas estarem acontecendo.” Refleti sobre o fato e percebi o meu pensamento errôneo de desejar que a atividade terminasse mais cedo.
De imediato, pedi perdão e expliquei o que tinha acontecido. Então, Meishu-Sama disse: “É isso. Querer que uma tarefa muito importante termine logo é um absurdo! Se está purificando, por que não pede Johrei? Mesmo que não pedisse, o certo seria rogar a Deus para que tudo corresse bem até o fim. Dessa maneira, a purificação passaria rapidamente.” E me orientou até por volta das quatro horas.
Um servidor
Reminiscências sobre Meishu-Sama vol.4