Se não me engano, nos dias 15 e 16 de setembro de 1948, a linha ferroviária entre Utsunomiya e Tóquio encontrava-se totalmente destruída e intransitável por causa de um violento tufão.
Como queria, de qualquer modo, participar do encontro com Meishu-Sama, procurei uma agência de turismo que, obviamente, nada pôde fazer. Disseram-me que, indo pelo outro caminho, que dá uma grande volta pela Província de Niigata, poderia chegar a Tóquio; resolvi, então, comprar a passagem. Entretanto, não sentia vontade de pegar o trem que ia para aquele lado. Depois de ter deixado passar uns dois deles, peguei o que ia para a cidade de Oyama, com o pensamento: “Seja o que Deus quiser.” Fiz baldeação nesta cidade, fui para Sano e, finalmente, para Tatebayashi; mas não pude prosseguir.
Enquanto pensava no que fazer, soube que sairia um trem com destino à cidade de Kumagaya para reparar a linha. Após insistir para que me deixassem embarcar, consegui tomar o
transporte e me dirigi àquela cidade. Dali para frente, tudo correu bem e consegui chegar a Tóquio para participar do encontro em Hakone.
Na hora do encontro, Meishu-Sama, vendo-me sentado nos fundos, perguntou-me espantado: “Como é que você veio?” Essas palavras eram por demais gratificantes para uma pessoa comum como eu. Emocionado, relatei em detalhes a minha viagem. Em seguida, ele indagou: “Como vai voltar?” Nada sabendo do andamento do trabalho de reparação da linha nordeste, vacilei, mas acabei respondendo: “Voltarei pelo mesmo caminho que vim.” Então, Meishu-Sama aprovou com convicção: “Sim, assim é melhor.”
Na volta, quando cheguei à estação de Ueno, fiquei momentaneamente indeciso, pois parecia que as condições de retorno estava se normalizando pouco a pouco. Contudo, decidi fazer como dissera a Meishu-Sama.
Posteriormente, soube que, conforme Meishu- Sama comentou, o caminho mais longo foi o mais rápido.
Até hoje, lembro-me da profunda emoção que senti naquela ocasião.
Um chefe de Igreja
Reminiscências sobre Meishu-Sama vol.4