No dia 13 de abril de 1950, quando aconteceu o grande incêndio de Atami, eu estava dedicando na Sede Provisória de Shimizu.
Nesse dia, após o almoço que seguira o encontro com os membros, Meishu-Sama
retornou ao Hekiun-So. Já ao entardecer, espantei-me com os gritos: “Fogo! Fogo!” Subi ao andar superior da Sede Provisória e vi que o incêndio era nas proximidades da praia, por isso, pensava
que estávamos seguros. Nisso, o fogo começou a
se alastrar em nossa direção por causa do forte vento que soprava do mar.
Temeroso, comecei a carregar os objetos para o jardim, que ficava nos fundos da casa. Um grupo de dedicantes veio me ajudar. Em seguida, chegaram Meishu-Sama e Nidai-Sama, que nos agradeceram. Meishu-Sama perguntou: “Vocês já retiraram seus pertences do prédio?” Respondi-lhe: “Ainda não. Faremos isso depois de carregarmos os do senhor.” Meishu-Sama logo nos perguntou: “Procurem pegar primeiro seus objetos. Não faz mal que o pouco que restou fique para trás.” Assim dizendo, ele se voltou em direção às chamas e começou a ministrar Johrei. Ainda hoje, lembro-me nitidamente desse seu gesto de extrema bondade.
Finalmente, o incêndio cessou; o fogo veio até o portão da Sede Provisória de Shimizu mas, milagrosamente, a sede em si ficou intacta. Abriram-se apenas dois buracos no meu baú de vime que carreguei para fora e que tenho até hoje como lembrança daquele dia.
Recentemente, tirando as roupas de verão e colocando as de inverno no baú, observei aqueles buracos feitos pelo fogo e recordei, com reverência e saudade, a figura de Meishu-Sama naquela ocasião.
Um servidor
Reminiscências sobre Meishu-Sama vol. 4
