(…)Retornando ao que dizia, falarei mais um pouco sobre ciência e religião.
Até hoje, os fundamentos das religiões eram de caráter shojo², e os ensinamentos dos seus fundadores também não eram tão profundos. Poderão certificar-se disso pela grande quantidade de dúvidas e pelo fato de a verdadeira paz interior não ter sido alcançada. Isso foi inevitável devido ao tempo. O Deus Supremo revelou-me até os fundamentos absolutos e infinitos, mas como não me é permitido expô-los agora, escreverei apenas até determinado ponto.
Conforme podemos ver, as religiões tradicionais geralmente se utilizam de dois meios de salvação: os ensinamentos sagrados, através das escrituras, e os sermões, através das palavras. Além disso, por meio principalmente do desbravamento de terras, elas nos deixaram como legado as construções, a arte sacra, entre outras coisas. Assim, quando faço uma análise mais profunda, vejo que daqui para frente, elas não terão força suficiente para liderar o mundo.
Agora, torna-se necessário que eu fale a meu respeito. Como todos sabem, escolhi três locais no Japão como Solos Sagrados – Hakone, Atami e Kyoto –, lugares extremamente aprazíveis, onde, apesar de ser em pequena escala, estou construindo protótipos do Paraíso Terrestre. Meu objetivo é criar um ambiente paradisíaco em que as melhores características do Japão e do exterior estejam harmonizadas: grandes jardins, que reúnem a beleza das montanhas e das águas; grandes museus de belas-artes; obras arquitetônicas inéditas entre as religiões e assim por diante.
Dedico-me, ainda, a esclarecer, de forma revolucionária aspectos da medicina e da agricultura. Além disso, através de inúmeros e surpreendentes milagres, empenho-me para fazer com que todos os seres humanos se conscientizem da existência de Deus. É assim que estou expandindo a nossa religião por métodos ainda não utilizados por ninguém.
Eles constituem actividades que não existiam em nenhuma religião e são os importantíssimos alicerces do plano de construção do mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo.
Gostaria de acrescentar que todos esses projetos de construção que serão realizados de agora em diante pela nossa religião, já estão elaborados na minha mente, só restando esperar pelo momento oportuno de execução. Com o passar do tempo, tudo irá se concretizando. Trata-se de um plano por demais grandioso e inimaginável. Pode-se dizer que é a criação da civilização de um novo mundo.
Por tudo isso, não somos propriamente uma religião e não estamos conseguindo sequer dar-lhe um nome adequado. Além do mais, tudo veio se concretizando conforme a Revelação Divina, e a exatidão com que isso se processa chega a me assustar. Como mostra a nossa história, nossa religião foi instituída oficialmente em agosto de 1947 e, em apenas seis anos, alcançamos a magnífica expansão que vemos atualmente. Se observarmos que ela obteve tamanho progresso enfrentando a pressão das autoridades governamentais, a incompreensão dos jornalistas e os mais variados obstáculos durante esse período, teremos de admitir que isso tudo não é obra humana. Naturalmente, daqui por diante, continuaremos caminhando de acordo com a programação definida por Deus e, dessa forma, um dia se descortinará o Divino Drama, que tem o mundo como palco. Só de pensar nisso, imagino que o interesse será grande. Além disso, milagres surpreendentes se sucederão, e cenas de transbordante alegria se desenrolarão no palco. Portanto, desejo que os aguardem ansiosamente.
Em suma, eu me considero o Herói da Paz.
11 de Março de 1953
Alicerce do Paraíso vol. 1
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¹ Título anterior: “O herói da paz”.
² Vide Ensinamento “Religião que revela Deus”.