Eu achava que entendia, de certa forma, o quanto Meishu-Sama amava e valorizava a Arte. No entanto, ao participar das atividades do Museu de Arte de Hakone, é que pude sentir essa sua profunda e ardente paixão.

O museu foi inaugurado no dia 15 de junho de 1952. Dos dias 11 a 14, foi realizado o trabalho de colocação das peças nas vitrinas. Nesse período, Meishu-Sama ficava no museu e, atento aos mínimos detalhes, orientava-nos sobre a maneira de expô-las: a altura em que deveriam ser colocadas, a posição, etc. É dessa época a foto publicada no jornal “Sun”, do dia 17 de junho, onde se vê Meishu-Sama mostrando uma cerâmica chinesa. Ele dispunha com cuidado cada objeto, sempre levando em consideração a harmonia entre os desenhos das peças e as vitrinas.

Especialmente no dia 14, véspera da inauguração, Meishu-Sama ficou no museu até por volta das 20 horas, sem jantar, dando orientações. Ele retirou-se e, trés horas depois, retornou ao local
com Nidai-Sama e, com toda satisfação, ficou apreciando os objetos expostos por cerca de duas horas. Ao sair, olhou ao redor por umas duas vezes para confirmar se tudo estava em ordem. Ele parecia não querer deixar o local. Imagino sua felicidade por ver construído aquele admirável museu que seria inaugurado após tanta expectativa.

Não encontro palavras para expressar a emoção que eu senti naquela ocasião.

Um servidor do Museu de Arte

Reminiscências sobre Meishu-Sama vol. 4