É possível afirmar que a humanidade, ou pelo menos a maioria dos povos civilizados, é doente. A questão é que existem aqueles em que a doença já se manifestou, que são os doentes propriamente ditos, e aqueles em que ela ainda não ocorreu, que são os considerados sadios. Vou me deter à explicação sobre estes últimos.
As pessoas em que a doença está para se manifestar são aquelas em que, embora possuam toxinas no corpo, a acção purificadora dos nódulos ainda não se iniciou. Assim, as pessoas verdadeiramente sadias são possuidoras de um corpo totalmente livre de toxinas e que não ocorrem processos purificadores. Em contrapartida, há aquelas que, mesmo possuindo toxinas, conseguem manter a saúde e desempenhar perfeitamente seu trabalho e atividades diárias. Dessa maneira, aos olhos de qualquer um, elas parecem saudáveis. Do mesmo modo, uma vez que difiicilmente se descobre a presença das toxinas por meio dos exames feitos pela atual medicina, são consideradas saudáveis. No entanto, eu as denomino “pessoas de saúde aparente”. Fico horrorizado só de pensar no grande número de pessoas que, atualmente, estão vivendo, carregando consigo uma “bomba” prestes a explodir. Desde os tempos antigos, afirma-se que o ser humano é um poço de doenças, mas essa expressão se refere exatamente à pessoa de saúde aparente.
Diante da doença que leva à morte, os médicos costumam dizer resignadamente que chegou a hora do paciente, mas isso é uma bobagem. Na verdade, essa afirmação não é senão uma justificativa pela falta de força para curar a doença. Ultimamente, fala-se também em medicina preventiva, como sendo uma medicina diferente da medicina terapêutica, o que também não faz sentido. Tudo isso, creio eu, é para ocultar essa falta de força.
5 de Fevereiro de 1947
“Alicerce do Paraíso” Vol.3