🙎🏿‍♀️ Feliciana Guilherme Faleiro– Johrei Center de Riboque

🇸🇹 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Sou membro e dedico na Liturgia desta Unidade.

Conheci a Igreja Messiânica em 2008, carregada de doenças e dificuldades financeiras.

A experiência de fé que passo a relatar, está relacionada com a mudança do meu interior e também das graças recebidas.

Sou Santomense e durante 13 anos, fui emigrante na República de Angola, vivendo de negócios, isto é, comprando artigos de valor comercial em Angola, para vender em S.Tomé e vice-versa. Entretanto, com a crise económica e financeira que abalou a vida neste País, comecei a enfrentar algumas dificuldades para manter o referido negócio. Como não conseguia superar essa situação, acabei por suspender esse negócio, retornando ao meu país; aqui, passei a fazer somente pequenos negócios como vendedora ambulante no mercado.

Em Angola, eu dedicava na área da liturgia; ao regressar para S.Tomé, enquadrei-me nas actividades da Igreja e por orientação superior, fui colocada no Johrei Center do Riboque, fazendo parte da equipa da liturgia desta unidade e no plantão da Sede Central, também na área da Liturgia. Tempos depois, fui colocada numa rede de salvação da unidade e como líder do grupo. Com essa tarefa, passamos a aprofundar nas assistências religiosas dirigidas nas casas das pessoas e também a fazer plantão uma vez por semana na unidade, das 6 às 17h, com a minha equipa.

Porém, apesar dos meus esforços na Obra Divina de forma activa, materialmente eu não evoluía, pois, o pequeno negócio que fazia para garantir o meu sustento, não estava tendo sucesso, porque a cada dia apareciam mais barreiras. Dessa forma, ficava revoltada e sempre stressada; qualquer coisa por mais insignificante que fosse, tanto em casa como no mercado, era motivo de revolta com tudo e todos, procurando sempre um culpado para os meus problemas. É de realçar que, quanto mais me esforçava na prática das orientações superiores, nomeadamente donativo de construção da Sede Central, limpezas e outras dedicações, incluindo também as actividades da rede de salvação, as coisas pareciam que se complicavam ainda mais. Algumas vezes, quando me lembrasse das condições financeiras que eu tinha e que hoje já não tenho, ficava muito desmoralizada e angustiada.

A minha revolta não ficava por aí, porque sentia que um dos meus irmãos envolvido em práticas de curandeirismo, estaria a prejudicar os esforços que eu e outros membros da família fazíamos na Obra Divina. Esse sentimento aumentava o meu sofrimento, porque sentia e acreditava que ele era o culpado de todos os infortúnios que eu estava vivendo, até de querer deixar de ir à Igreja. Acredito que, só não o fiz porque sempre que nascia esse desejo, vinha o sentimento inicial, ao lembrar-me em que condições Meishu-Sama me encontrou. Outro desânimo, era de não conseguir materializar a entronização do meu altar do lar, que há mais de 2 anos já me fora atribuído, mas que, para tal, não conseguia reabilitar o espaço em minha casa.  

Continuava envolvida nesse inferno até que, certo dia, isto é, no mês de Janeiro deste ano, estando eu de plantão na unidade, o responsável fazia estudo de um ensinamento de Meishu-Sama e em cada capítulo ele dava explicações para ajudar os presentes a entenderem, qual a nossa relação com a Obra Divina e como Meishu-Sama tem-se manifestado nas nossas vidas. Ao ouvir atentamente a explicação, fui tocada e decide abrir o meu coração para o responsável. Nesse mesmo dia, fui ter com ele e desabafei o inferno que me sufocava, dizendo que, apesar de dedicar ativamente eu estava a sofrer, pois, ano vem, ano vai, a minha vida continuava na mesma…salientando também a raiva que sentia do meu irmão que é curandeiro. Também contei que, movida por esses sentimentos, em casa zangava-me com os meus parentes sem motivos concretos, assim como discussões com as minhas colegas no mercado. Como consequência, passava as noites em claro por causa da insónia.  

Depois de me ouvir, o responsável disse: a senhora é quem precisa mudar, não são as outras pessoas! Então perguntei, o que faço? A partir de agora, é só dizer do fundo do seu coração: Eu preciso mudar…Eu preciso mudar, fazendo-o diariamente em todos os momentos e lugares. Reforçando a orientação, o mesmo conscientizou-me sobre a importância da mudança do nosso interior para entrar luz e clarear a escuridão que impede a tão almejada felicidade. Como naquela mesma semana estávamos a preparar a primeira grande dedicação do ano de 2024, no Polo Agrícola de Milagrosa e eu não tinha dinheiro para pagar o transporte e nem fazer as minhas oferendas na liturgia, gerava-me sofrimentos. Ao declarar para o responsável esse meu estado de espírito, este reanimou-me dizendo para parar de abraçar o sofrimento e buscar a vontade Deus e Meishu-Sama em tudo e agradecer. Depois de terminar a entrevista, ele levou-me ao altar, orou comigo entregando tudo nas mãos de Deus e Meishu-Sama e pedindo forças para praticar as orientações recebidas.

Passados dois dias, de começar a praticar, sentia um forte aperto no peito seguido de dores de cabeça que duraram 2 dias e que só foi superado com o recebimento de Johrei e donativos de gratidão. Felizmente, depois dessa purificação, consegui sair de casa, chegar ao meu posto de trabalho e para a minha surpresa, parecendo que as pessoas estavam a minha espera para adquirir as mercadorias que coloquei a venda; em pouco tempo, vendi tudo. Senti que, já era um sinal positivo com o cumprimento da orientação, considerando que nos outros dias, era só sofrimento.

Assim, consegui as oferendas e o pagamento de transporte para ir dedicar no Pólo. Ao entrar em contacto com a terra, eu conversando com os meus Antepassados, repetia: eu preciso mudar, eu preciso mudar… Nesse dia, saí do Pólo Agrícola com o sentimento renovado, leveza e paz interior, que há muito tempo não me era permitido sentir. É de ressaltar que, o aperto no peito e as fortes dores de cabeça, desapareceram completamente até aos dias de hoje.  

Assim que cheguei à casa, a minha filha que reside no exterior, telefonou-me e numa breve conversa, ela disse que me enviou um valor em dinheiro e que no dia seguinte, eu deveria passar na agência indicada, para levantar. Depois, materializei o meu donativo de gratidão (dízimo e construção) pela graça recebida. A seguir, liguei para o meu filho que me disse que fez contrato com uma firma, para que todos os meses me entregasse géneros alimentícios que eu precisasse e que ele pagaria no final de cada mês. Ouvindo isso, fiquei um tanto duvidosa dessa oferta, considerando que ele nunca se preocupava comigo a esse nível. Dias depois, ao passar em frente dessa firma, entrei e comprei um artigo com o propósito de confirmar aquilo que o meu filho orientara. Felizmente, confirmaram. Fiquei feliz e comecei a entender a importância de praticar as orientações. Outra mudança que verifiquei, é de ver uma das minhas netas, iniciar a sua frequência na Igreja. Sinto que isso se deveu à mudança do meu interior.

Aprendi que na realidade, o mal que estava dentro de mim, se reflectia nas outras pessoas, pois eu mudando, as outras pessoas também mudam.

Agradeço ao Supremo Deus, ao Messias Meishu-Sama e aos meus Antepassados, pela força que me têm dado nos meus momentos de fraqueza na fé.

Muito obrigada

Feliciana Faleiro