Uma vez, quando o acompanhei à seção de arte da matriz da Loja Mitsukoshi, ele me disse com profunda emoção: “Antigamente, quando eu trabalhava no comércio, minha maior alegria era vir aqui comprar peças de arte. Hoje, compro peças valiosas, a nível de Tesouro Nacional.”

Meishu-Sama ia com frequência àquela seção, por gostar bastante dela. O encarregado do estacionamento sabia que o Mestre era um cliente importante da loja e, além do mais, como ele sempre lhe dava gorjetas, dispensava-lhe um tratamento todo especial.

Mais tarde, o carro de Meishu-Sama ficou velho e nós, da Igreja, passamos a utilizá-lo. Assim, certo dia, vi-me em apuros pois, quando fui à Mitsukoshi, o responsável pelo estacionamento veio imediatamente abrir a porta do veículo, e eu não pude deixar de dar-lhe uma gorjeta.

Numa noite em que dormi no Hekiun-So, recebi um telefonema avisando que havia entrado ladrão na casa de Den-en-Tyofu e que alguns pertences foram levados. Fui logo comunicar a Meishu-Sama a ocorrência e, então, ele me disse simplesmente: “Ah, não precisa se preocupar. Da próxima vez que for lá, farei com que o ladrão não entre mais.”

Falando sinceramente, tinha, a meu modo, pensado: “Foi bom que eu não estivesse em casa naquela noite, pois assim, não é responsabilidade minha.” Posteriormente, senti uma profunda vergonha de mim mesmo e pensei: “Meishu-Sama é uma pessoa que possui realmente um sentimento que envolvia a todos.” Em várias outras oportunidades, Meishu-Sama me acolheu com todo seu amor, o que fez com que eu me sentisse cada vez mais atraído por ele e pensasse: “Por uma pessoa assim, sou capaz de fazer qualquer sacrifício.”

Toda vez que recebia o apoio moral de Meishu-Sama e ia agradecer-lhe pessoalmente, ele, demonstrando constrangimento, dizia “Ah, sim”, e sorria. Nessas horas, era possível sentir o seu indescritível sentimento amplo e caloroso, capaz de envolver-nos completamente.

Um familiar

Reminiscências Sobre Meishu-Sama vol.3